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Então chegamos ao penultimo post do esboço II

E . Antigas Lealdades Testadas, 2 1 .1— 2 2 .1 9 O centro da discussão se volta para o cumprimento da promessa de um filho, sendo
Sara a mãe. A chegada de Isaque criou uma série de crises na casa de Abraão envolvendo Agar e seu filho. Até o papel supremo do próprio Isaque pareceu posto em perigo no complexo das ligações pessoais que compunham a vida do patriarca. Em 21.22-34, há a história do pacto feito com Abimeleque, a primeira relação clara e amigável que Abraão estabeleceu com os vizinhos pagãos.
1. Doloroso Ato de Separação (21.1-21) A história tem diversas partes: o cumprimento da promessa (1-8), o problema do
ciúme (9-11), a instrução divina (12,13), a separação (14-16), a promessa divina (17,18) e o cumprimento da promessa (19-21). A mensagem que Sara (1) teria um filho (2; cf. 17.15-17; 18.9-15) foi cumprida no
tempo certo. Sob todos os aspectos entendia-se como ato incomum de poder criativo divino, porque ambos os pais já tinham passado da idade de gerar filhos. A criança nasceu e foi chamada Isaque, de acordo com a ordem do Senhor (17.19) em reconhecimento que ambos os pais tinham rido do que parecia impossível. A primeira risada brotou da incredulidade, mas agora Sara (6) riu por causa da alegria de uma impossibilidade realizada. Deus cumpriu sua palavra. Ele tinha o poder de produzir vida sempre que quisesse, a despeito das circunstâncias naturais. Nada é dito com respeito ao desmame de Isaque, mas às vezes este acontecimento
era adiado até a criança ter três anos. A ocasião era comemorada com um banquete, costume que ainda é comumente observado no Oriente Próximo. A ocasião trouxe à baila a antiga tensão que existiu na concepção de Ismael (16.4-6). Mas desta vez foi Ismael que zombou (9) do bebê Isaque. Era mais do que Sara podia suportar. Ela foi falar com Abraão (10) numa fúria colérica, exigindo a expulsão desta serva e o seu filho. O nascimento de Isaque foi sério golpe para Agar e Ismael. Sendo o filho único de

Abraão, Ismael era o herdeiro de tudo que seu pai possuía e da posição de liderança no clã. De acordo com a lei da pátria de Abraão, esta posição de herdeiro foi negada pelo nascimento de Isaque. Não sabemos se Agar e Ismael estavam cientes deste fato, mas Sara estava e destacou o ponto ao marido.
 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão (11), porque a lei de sua

pátria garantia que, se um filho nascesse da verdadeira esposa, a esposa substituta e seu filho tinham de continuar aos cuidados do pai de ambas as crianças.11 Mas Deus (12) também se preocupava com o assunto e deu instruções especiais, pois neste caso o costume não prevaleceria. Agar tinha de sair da família para que a posição de Isaque ficasse cristalinamente clara. Não obstante, Ele cuidaria de Agar e seu filho (13), fazendo deles uma nação por causa de Abraão. Pela manhã, de madrugada (14), Abraão deu uma provisão de pão e um odre de
água a Agar, e ela se foi com o menino para o deserto. Em pouco tempo, a água (15) acabou e a força física se exauriu. Deixando o menino debaixo de uma das árvores, Agar se afastou a curta distância, esperando a morte (16). Enquanto chorava, ela ouviu o Anjo de Deus (17) falar com ela, acalmando seus temores e prometendo um grande futuro para o rapaz. Ela voltou obedientemente ao menino e, dando uma olhada ao redor, viu um poço (39), do qual tirou água para extinguir a sede de ambos. A seqüência seria um futuro abençoado por Deus, material e fisicamente. O menino se tomou hábil flecheiro (20), peregrinando no deserto de Parã (21), e logo se casou. Deus demonstrou sua misericórdia aos desventurados, e Agar aprendeu importantes lições de fé. A lealdade de Abraão a Sara e seu filho permaneceu indisputada, porque Deus lhe deu a orientação necessária em tempos de dificuldades.
2. A União de Laços Amigáveis (21.22-34) Apesar dos aspectos desagradáveis do primeiro contato de Abraão com Abimeleque,
este rei de Gerar (20.2) ficou impressionado pelo modo de vida do patriarca entre seu povo. Ele e o príncipe do seu exército, Ficol (22), abordaram Abraão e pediram um pacto de amizade. As palavras introdutórias de Abimeleque foram corteses. Ele reconheceu o fato de Deus ser com o patriarca, e por isso desejava garantias de que, no futuro, Abraão não mentiria (23) a ele ou a seu filho. O incidente envolvendo Sara ainda lhe afligia a memória (20.1-18). Ele se serviu da beneficência prestada a Abraão naquela ocasião como base para o apelo de que o patriarca fosse beneficente com ele. Estava oferecendo a regra de ouro ao inverso (sê bom para mim, como fui bom contigo) como fundamento de amizade duradoura. Abraão passou a montar uma cerimônia pactuai segundo os costumes dos seus
antepassados. E o primeiro pacto feito entre iguais registrado nas Escrituras. Primeiro, Abraão apresentou uma queixa que estremeceu as relações entre seus pastores e os homens de Abimeleque. Um poço que abastecia de água os rebanhos foi tomado por força (25). Abimeleque expressou surpresa ao ouvir o fato e afirmou desconhecer o incidente (26). Evidentemente prometeu corrigir a injustiça, pois Abraão presenteou gado ao visitante. O próximo movimento do patriarca confundiu Abimeleque, pois sete cordeiras (28)
foram separadas do rebanho. Por quê? Aresposta era que seriam em testemunho (30) de que o poço junto do qual os homens estavam sentados pertencia a Abraão. Diferente dos costumes pagãos dos seus antepassados, Abraão não invocou uma série de deuses e deusas
para testemunhar o acordo. Ele ofereceu um presente que serviria de selo do concerto • 32). Solenemente os dois homens fizeram um juramento de compromisso e finalizaram a cerimônia. O poço recebeu o nome conforme esta ocasião. O nome Berseba (33, ainda hoje o nome de uma cidade em Israel) pode significar “poço do juramento” ou “poço das sete”. Em hebraico, jurar e sete (neste caso as sete cordeiras) têm a mesma soletração. Abraão (33) tornou o lugar um dos centros de sua extensa atividade pastoril. Plantou um bosque e adorou o nome do SENHOR, Deus eterno. Pela primeira vez, Abraão ganhou o respeito de um monarca pagão vizinho e estabeleceu uma relação formal mutuamente benéfica. Foi a primeira etapa no cumprimento da promessa que ele seria uma bênção para os povos entre os quais estivesse (ver 12.2,3).
3. Demonstração Convincente de Amor por Deus (22.1-19) Os elementos estruturais desta história são o cenário (1), a ordem divina (2), o ato de
obediência (3-10) e a bênção resultante (11-19). Aqui está retratada uma das experiências mais tremendas registradas em Gênesis.
Toca às raias mais profundas da certeza que o crente tem de que o Deus que promete é fiel, ainda que dê ordens para destruir a prova de que suas promessas estão sendo cumpridas. Abraão se manteria fiel a Deus embora seu mais precioso tesouro na terra fosse eliminado? Para os leitores modernos, a tradução tentou (1) gera confusão. Insinua muita coisa, levantando as perguntas: Deus estava instigando este homem a cometer pecado?, e: Deus queria mesmo humilhar e ferir seu mais dedicado adorador? A palavra hebraica (.nissah) significa “testar” ou “colocar em prova”, e há traduções que preservam este significado (cf. AEA). Neste exemplo, Deus estava testando a suprema lealdade espiritual de Abraão tocando na vida física de Isaque, a quem amas (2). Havia aspectos da ordem que eram racionalmente inexplicáveis. Uma comunidade
pagã justificaria o sacrifício humano dizendo que a vida dos sacrificados servia para fortalecer os deuses da comunidade em tempos de adversidade severa. Mas não havia semelhante adversidade na vida de Abraão ou do seu clã. Matar Isaque não seria de nenhum proveito óbvio para a vida do rapaz, a vida de Abraão ou a vida coletiva do clã. Até pior, contradizia as promessas de Deus. A base lógica do ato não seria entendida facilmente pelos outros, e a ordem não
refletia bem a natureza moral do Deus de Abraão. A execução do ato não destacaria o caráter moral de Abraão. Contar a Sara o que Deus ordenou não contribuiria concebivelmente para o seu bem-estar mental ou emocional, nem contar para os servos ou para Isaque o verdadeiro propósito da viagem os inspiraria a cooperar em tudo. Por conseguinte, o leitor é apanhado pela agonia extrema do pai obediente que, em
silêncio, deixa o acampamento sem falar para a mãe o destino do filho. Sentimos a tensão enquanto a lenha para o holocausto (3) era cortada e amarrada aos animais, enquanto o pai andava quilômetro após quilômetro carregando um vaso que continha brasas para o fogo. A punhalada de dor interna do pai parece quase insuportável ao avistar o monte Moriá (2), podendo somente dizer aos moços: Ficai-vos aqui com o
jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós (5). E, em seguida, a inevitável pergunta: Onde está o cordeiro para o holocausto? (7). Que esforço supremo de fé ao responder: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto (8). Há agonia infinda na frase: Assim, caminharam ambos juntos. Isaque
já suspeitava do que aconteceria? Todo detalhe preparatório para o sacrifício foi deliberado e meticuloso. Era como se
cada pedra do altar (9) tivesse como argamassa o sangue do pai, e cada madeira da pira 
estivesse impregnada com suas lágrimas não choradas. Qual foi a agonia de Abraão ao amarrar as cordas nos pulsos e tornozelos do rapaz, e colocar o corpo em cima do altar? Quais eram os pensamentos amedrontados do rapaz? E agora o ato final: apanhar o cutelo (10), a faca do sacrifício. Quando é que Deus vai providenciar um cordeiro? A Epístola aos Hebreus diz que Abraão “considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (Hb 11.18). Mas o texto que estudamos não revela esta convicção interior. Deixa-nos em ardente expectativa quando o cutelo é apanhado. Mas, uma voz clamou e o cutelo parou em seu trajeto. Todo o sofrimento de entrega
sincera de Abraão dissolveu-se em maravilha quando ouviu a palavra: Porquanto agora sei que temes a Deus (12). Ele não reteve Isaque a quem amava afetuosamente. Deus providenciou um sacrifício em substituição do rapaz. Um carneiro... travado pelas suas pontas num mato (13) estava ali perto. Este era o sacrifício tencionado por Deus. O amor de Abraão por Deus foi ameaçado por um amor paternal e profundamente
enraizado por Isaque. Este filho era a prova que Deus cumpriu suas promessas e o meio físico pelo qual viria a posteridade. Abraão tinha mesmo de ser testado se amava Deus acima de tudo em tal situação concreta, para que não houvesse mistura de lealdades. A recompensa por ter passado na prova foi o retorno do filho da beira da sepultura. Nesta experiência, Deus renovou as promessas relativas à multiplicação da semente (17) de Abraão, seu poder sobre os inimigos e seu papel como canal de bênçãos para todas as nações da terra (18). Para Abraão, o monte Moriá era um novo lugar. Em honra da revelação da graça de
Deus na hora da provação, deu ao lugar outro nome, O SENHOR proverá (14, JeováJiré, que significa “o Senhor vê” e proverá). Podemos estar certos de que a volta para casa foi bem diferente da viagem ao monte Moriá. Abraão enfrentou a ameaça devastadora da morte e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de Deus. Por outro lado, Deus demonstrou claramente que o sacrifício que Ele deseja é inteireza de coração, rendição às suas ordens.12 Em 22.1-14, vemos “O Teste da Fé”. 1) O verdadeiro teste, 1,2; 2) A resposta da confiança, 3-10; 3) A recompensa da obediência, 11-14 (A. F. Harper).


fiquem com Jesus


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