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vamos concluir o nosso estudo do esboço II
F. Assumindo Responsabilidadespor Ouros , 22.20—25.11 Após uma genealogia de transição, as histórias neste grupo descrevem Abraão em
relação à sua família quando as necessidades provocadas por morte e casamento exigiram sua atenção.
1. Os Descendentes de Naor (22.20-24) Esta árvore genealógica é de interesse por causa do aparecimento de Rebeca (23), a
qual, no capítulo 24, se torna personagem central como esposa de Isaque. Naor (20) também teve uma esposa e uma concubina (24), como Abraão. Delas nasceram doze filhos, fato comparável a Ismael (25.13-16) e aos doze filhos de Jacó (35.23-26). Dois dos filhos de Naor, Uz e Buz (21), têm contrapartes na “terra de Uz” (Jó 1.1) e
em “Eliú, [...] o buzita” (Jó 32.6). Não está claro se estes filhos foram os progenitores das tribos, embora certa especulação tenha-se concentrado nesta possibilidade.13
2. A Morte e Sepultamento de Sara (23.1-20) O registro da morte e sepultamento de uma mulher é incomum no Antigo Testamento. Mas Sara (1) foi a mãe do tão esperado filho e atingiu a idade madura de cento e vinte e sete anos. Ela é proeminente na história, porque foi a primeira da família de Abraão a morrer. O respeito e a decência comum exigiam que o corpo fosse colocado em algum lugar. Mas a verdadeira significação desta história é que, depois de longo tempo, uma porção da Terra Prometida se tornou posse do patriarca. Veio Abraão lamentar (2) é mais bem compreendido por Moffatt como: “Indo Abraão para dentro de casa”. Nos dias de Abraão, era costume enterrar os mortos em cavernas e Abraão sabia que
havia uma caverna perto de Quiriate-Arba, mais tarde conhecida por Hebrom (ver Mapa 2), que era adequada para suas necessidades. Ele estava ansioso em ter um título de propriedade que, sem sombra de dúvida, fosse reconhecido como seu. A maneira apropriada de negociar tal compra era barganhar pela propriedade na
presença de uma assembléia de líderes da comunidade. Neste caso, os líderes eram os filhos de Hete (3), que poderiam ter sido colonizadores da terra dos hititas ou residentes de longa data na localidade. Abraão estava em desvantagem e sabia disso. Admitiu publicamente que era estrangeiro e peregrino (4), ou seja, algo comparável a um estrangeiro residente. Fez forte apelo aos filhos de Hete (5) para lhe permitirem comprar a terra como lugar de sepultamento. Logo Abraão ganhou a aprovação da influente família de Hete, que o chamou príncipe de Deus (6). O próximo passo era obter seus serviços como intermediários entre ele e Efrom, filho de Zoar (8), o dono da cova de Macpela (9). Abraão garantiu a todos que estava disposto a pagar pela propriedade o devido preço. Então falou Efrom (10). Ele ofereceu dar de presente o campo, junto com a cova
(11), para Abraão. Esta era maneira indireta de começar o negócio. Mas Abraão não queria um presente. Queria um título de propriedade legalmente comprovado, e só uma compra poderia cumprir este propósito. No típico modo do Oriente Próximo, Efrom (13) casualmente mencionou um preço exorbitante de quatrocentos siclos de prata (15). Provavelmente para surpresa de todos, Abraão não pechinchou. Prontamente tirou a provisão de moeda corrente e pesou quatrocentos siclos de prata (16). A expressão correntes entre mercadores significa que a prata foi avaliada por taxa de câmbio que os comerciantes da localidade aprovaram. Não há como saber o valor da prata no dinheiro de hoje, mas comparado com os 17 siclos de prata que Jeremias pagou pela herdade em Anatote (Jr 32.9), o preço parece altíssimo. O conteúdo do versículo 17 impressiona como os dizeres de uma escritura de terreno. O local e os vários aspectos da propriedade, inclusive o campo (17), a cova e todo o arvoredo, foi autenticado na presença de todos na assembléia. Depois de tanto tempo, uma porção da terra, ainda que pequena, pertencia a Abraão (19) e seus descendentes. Sara foi imediatamente sepultada na cova do campo de Macpela.14
3. Em Busca da Moça Certa (24.1-67) Como patriarca do clã, Abraão tinha a responsabilidade de providenciar uma noiva para Isaque. A história que narra esta busca é uma das narrativas mais bem escritas e mais atraentes da vida de Abraão. O cenário é apresentado nos versículos 1 a 9.
Em seguida, temos a busca e seu sucesso (10-27), depois a cena de negociação (28-61) e, por último, o casamento (62-67). De acordo com os costumes do seu tempo, e ainda vigentes nas famílias menos
ocidentalizadas do Oriente Próximo, o idoso pai tinha um importante dever a fazer pelo filho.15 Abraão nunca ficou favoravelmente impressionado com o caráter moral dos povos no meio dos quais estava em Canaã. Seus pensamentos retrocederam à pátria onde seus parentes ainda viviam. Ele queria uma moça com formação religiosa semelhante a de Isaque. O texto não deixa claro se o servo, o mais velho da casa (2), era o Eliezer mencionado em 15.2, mas certos comentaristas percebem ser esta a situação.16 A importância que Abraão dava ao projeto de achar uma esposa pode ser medida pelo fato de exigir um voto solene do servo. A forma descrita era habitual no Oriente. A pedido de Abraão, o homem colocou a mão debaixo da coxa do seu senhor e recebeu instruções.17 A esposa de Isaque não devia ser dos cananeus (3), mas de sua parentela (4). Se a moça se recusasse a ir para Canaã, Isaque não deveria ser levado de volta para o norte, porque Deus deu a promessa de que a semente de Abraão (7) receberia esta terra. Abraão estava certo de que Deus providenciaria uma esposa enviando seu Anjo adiante da face do servo. Abraão dependia de Deus para cumprir o que prometeu. Se a moça se recusasse a ir, o servo estaria livre do juramento (8). Os detalhes da preparação para a viagem e a própria viagem são passados por alto
apenas com a menção de que dez camelos (10) compunham a caravana. Nesta época, havia a cidade de Naor, talvez em honra do avô de Abraão (11.22-26). O idoso servo escolheu um lugar junto a um poço de água (11) onde havia a possibilidade de mulheres aparecerem. A fé religiosa de Abraão exerceu nítida influência no servo que também era homem
profundamente piedoso. Parado junto ao poço, imediatamente antes da hora em que as moças saíam a tirar água, ele ergueu a voz em oração. Seu maior desejo era que a escolha da esposa para Isaque não fosse decisão sua, mas que fosse escolha de Deus. Conhecendo suas próprias dificuldades em discernir a vontade de Deus, ele pediu que o SENHOR, Deus (12), mostrasse sua vontade mediante uma série de acontecimentos. Estes acontecimentos também serviriam a um propósito secundário, ou seja, revelar o caráter da moça. Tinha de ser uma jovem que mostrasse boa vontade pelo estranho, alguém que estivesse disposta a fazer a tarefa extra que denotava generosidade. Da parte de Deus, a série de acontecimentos mostraria a fidelidade às promessas do concerto. A palavra é traduzida por beneficência (12, chesed), mas tem o significado mais amplo de lealdade a promessas feitas e de misericórdia em tempos de dificuldades. A oração de Eliezer era de extrema confiança e de alta expectativa. O servo estava no lugar certo, no momento certo, e submeteu suas necessidades a Deus.
Antes que ele acabasse de falar (15), a resposta à oração começou a se desenrolar diante dos seus olhos. Rebeca, sobrinha de Abraão, apareceu junto ao poço. Ela satisfazia todas as exigências físicas e legais, mas não era o bastante; assim, o servo fez a pergunta-chave. Sem hesitação, ela lhe serviu água (18) e depois, espontaneamente, começou a tirar água (20) para os camelos. Boquiaberto, Eliezer viu seu pedido ser cumprido ao pé da letra. Recompondo-se, o idoso homem deu um pendente de ouro (22) de grande peso e
duas pulseiras de ouro. Esbaforido, ele perguntou pela família da moça. Ao saber que ela pertencia à linhagem de Abraão expressou muita alegria, de forma que sem se perturbar inclinou-se (26) e fez uma oração de louvor. O Deus do seu senhor confirmou as promessas, mostrando beneficência (27, chesed; também aparece nos w. 12,14) e verdade (emet). As ações de Deus na vida dos que o seguem se correlacionavam com as promessas feitas a eles. Mas havia outra razão para este resultado surpreendente. O servo comportou-se no caminho de modo obediente e totalmente aberto para ser guiado pelo SENHOR. A preocupação de Abraão por seu filho, a obediência completa do servo e a generosidade sincera da moça combinaram com a orientação do Senhor para ocasionar um pleno cumprimento de maravilhas da promessa divina. As notícias sobre o estranho puseram a família de Rebeca em movimento. Labão
(29), um dos irmãos dela, correu ao encontro do homem junto à fonte (30), levou-o para casa e deu comida aos camelos (32). Antes que o servo de Abraão se sentasse para comer (33), ele insistiu que tinha de contar por que viera. Contou uma história comovente sobre a riqueza de Abraão e tudo que seria passado
para Isaque. Repetiu o teor do juramento ao qual seu senhor o fez jurar; e depois revisou os detalhes do incidente junto ao poço, inclusive a oração e a série de ações que coincidiram com seu pedido a Deus. Por fim, o assunto foi colocado francamente diante da família: Eles deixariam Rebeca voltar com ele para ser a esposa de Isaque? A principal diferença entre as palavras finais do servo para a família e as palavras de sua oração junto à fonte de água (13,27) é que as palavras beneficência (chesed) e verdade (emet) são trocadas de Deus para a família (49). Até este ponto, Deus havia sido fiel às suas promessas. Agora a família tomaria parte do pleno cumprimento da promessa dada com respeito a Isaque? Muito dependia da resposta que dessem, pois se recusassem, o cumprimento da promessa se frustraria. A resposta foi positiva. Labão e Betuel (50) reconheceram os procedimentos do
Senhor e puseram de lado sua própria autoridade humana. Esta era decisão de tamanha importância que o servo de Abraão inclinou-se à terra diante do SENHOR (52) novamente. Depois deu ricos presentes a cada membro da família. Pela manhã (54), o servo tinha notícias inesperadas para a família. Ele desejava
começar imediatamente a viagem de volta para Canaã. Sua missão estava completa e ele queria entregar a moça a Isaque o mais cedo possível. A família protestou dizendo que deveriam passar uns dias com a amada Rebeca antes da viagem, mas deixaram que ela decidisse por si. E se ela recusasse o pedido do servo? Mas não recusou. Deu uma resposta pronta: Irei (58). Assim uma série de decisões pessoais cruciais, cuja negativa poderia ter impedido a vontade de Deus, foi feita em obediência ao propósito divino, levando a aventura a um final feliz. Com a bênção da família (60) soando nos ouvidos, Rebeca viajou para o sul com a
caravana de camelos. Ao término da viagem, a corajosa moça teve o primeiro vislumbre do homem que ela escolheu inteiramente pela fé, e não ficou desapontada. Modestamente, tomou ela o véu e cobriu-se (65). Um casamento sem namoro, mas com muita orientação do Senhor, foi consumado com amor e carinho.
4. Distribuindo Presentes (25.1-6) Abraão ainda tomou outra esposa e esta união foi frutífera. Quetura (1) teve seis
filhos (cf. 1 Cr 1.32,33) e destes vieram sete netos e três bisnetos. Isto completa a evidência genealógica oferecida em Gênesis de que se cumpriu a promessa de Deus que Abraão seria o pai de muitas nações (17.4). Abraão (5) ainda tinha responsabilidades com Isaque e com estes outros descendentes. Como filho herdeiro, os principais direitos de Isaque deveriam ser salvaguardados, mas os direitos dos outros filhos também deveriam ser reconhecidos. A solução do patriarca foi dividir seus bens. Tudo o que tinha (ou seja, a porção principal) foi para Isaque, e porções menores, designadas presentes (6), foram para os outros filhos. Estes foram enviados para a terra oriental de Canaã, para que no futuro não houvesse disputas sobre direitos à Terra Prometida.
5. A Morte e Sepultamento de Abraão (25.7-11) O período da vida de Abraão foi de cento e setenta e cinco anos. Silenciosamente,
com um senso de realização, o patriarca foi congregado ao seu povo (8). Esta frase significa mais que morrer. Inclui a prática de colocar o corpo em uma sepultura com os restos mortais dos antepassados (cf. 25.17; 35.29; 49.29,33; Nm 20.24; 27.13).18 Pela expressão em si não está claro se a vida depois da morte faz parte do seu significado primário. Uma comparação entre Gênesis 15.15 e Hebreus 11.13-16, juntamente com as palavras de Cristo em Mateus 22.31-33, não deixa dúvidas de que a vida após a morte estava inerente na expressão. A declaração não inclui o conceito de que o líder morto passou da condição humana para a condição divina — idéia comum às nações pagãs daquela época. O corpo de Abraão foi posto cuidadosamente ao lado dos restos mortais de Sara, sua
mulher (10), e depois os dois filhos, Isaque e Ismael (9), voltaram às suas tarefas cotidianas. Isaque (11) fixou residência junto ao poço Laai-Roi, onde Deus apareceu a Agar, mãe de Ismael (ver 16.14; 24.62). As bênçãos de Deus se concentraram em Isaque. Diversas características destacam Abraão como homem extremamente incomum em
seus dias. Ele obedeceu às instruções expressas de Deus (12.4; 15.10; 17.23; 21.14; 22.3), ainda que nas ocasiões em que as instruções não estavam devidamente claras, ele tenha hesitado (16.4; 17.17). Não há menção de ele ter adorado outro Deus (12.7,8; 13.4,18; 15.10,11; 17.3; 19.27; 20.17; 21.33). Ele respeitava e por vezes temia os homens de autoridade nas terras que visitou (12.12,13; 14.17,18; 20.1-13). Era de espírito generoso e isento de ganância (13.8,9; 14.23; 17.18; 18.3-8; 21.14). Ele sabia perdoar e interceder pelos outros (18.22,23; 20.17; 21.25-31). Tinha amor firme por Deus (22.16), e sabia assumir responsabilidade pelos outros (23.1,2,19; 24.1-9,67; 25.5,6). Acima de tudo, sabia crer em Deus quando não havia provas visíveis (15.6). Com relação ao concerto, aprendemos pela vida de Abraão que Deus inicia o concerto (12.1; 13.17), protege o participante do concerto (12.17; 18.1), prende-se com promessas (12.1-3,7; 13.14-17) e coloca o homem sob deveres a cumprir (17.1,9; 18.19). A fé e a obediência na vida de Abraão determinaram a tônica no restante do Antigo
e em todo o Novo Testamento.
espero que este estudo esteja sendo edificador para vocês
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