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G. Tragédia em Siquém, 33.18—34.31 Esta história dolorosa começa uma série que se concentra nas qualificações dos

filhos de Jacó como portadores dignos das promessas e responsabilidades do concerto. A comunidade em Siquém tinha padrões culturais diferentes relativos a mulheres daqueles padrões postulados por Jacó e sua família. Quando Diná foi injuriada pelo confronto desses padrões culturais, a natureza incivilizada de alguns dos filhos de Jacó veio à tona.

1. 0 Estabelecimento em uma Nova Comunidade (33.18-20) Depois de terem ficado certo tempo próximo de Sucote (17), na margem oriental do

rio Jordão, a família de Jacó foi para os planaltos a oeste e pareceu gostar do que encontraram. Abraão também viveu por curto período em Siquém (18; cf. 12.6). Mas Jacó decidiu tirar proveito permanente dos férteis pastos a leste da cidade. Comprou terras e estabeleceu um lugar de adoração que chamou Deus, o Deus de Israel (20).

2.AAção Vergonhosa (34.1-5) Como indicado pelas histórias de Rebeca (24.15-28) e de Raquel (29.6-12), o povo de

Harã permitia que as moças tivessem considerável liberdade de movimento longe de casa ou do acampamento, porque os padrões morais da região lhes davam segurança. Parece que a família de Jacó esperava a mesma consideração pelas mulheres na comunidade de Siquém. Estavam a ponto de ter uma tremenda surpresa. Diná (1) saiu sozinha para visitar amigas e foi molestada no campo pelo jovem filho

(2) do príncipe daquela localidade. Siquém, filho de Hamor, heveu, provavelmente pertencia a um grupo hurriano que migrou para a região algum tempo antes. Provavelmente deve ter passado uma década desde que Jacó se despediu pela segunda vez de Esaú, pois Diná foi a sétima criança que Léia deu à luz e agora era adolescente. Siquém estuprou Diná e depois tentou persuadi-la — falou afetuosamente (3)

não é bastante forte — a aceitar suas investidas em base permanente. Ele teve êxito, porque a levou para casa e exigiu que o pai lhe desse a moça como esposa (4). O jovem não tinha senso do erro, e foi bastante arrogante no modo em que falou com o pai. Quando Jacó (5) ficou sabendo disso, não fez nada até que seus filhos voltassem dos campos com os rebanhos; agiam como unidade familiar na tomada de decisões.

3. As Negociações (34.6-19) A crise exigia uma reunião entre as duas famílias envolvidas. Hamor (6) e Siquém

representavam um lado, e Jacó e seus filhos (7) raivosos representavam o outro. O encontro foi aparentemente civilizado, mas um desvairado ressentimento fervia no coração dos filhos de Jacó, pois para eles isso (a violação de Diná) não se devia fazer. O argumento de Hamor foi simplesmente que Siquém queria Diná. Mas ofereceu

algumas vantagens. A família de Jacó receberia plenos direitos de cidadania pelo casamento entre as duas famílias, passe livre, participação no comércio (10) e direitos de propriedade. De forma impulsiva, Siquém inseriu a possibilidade de dar dote considerável (11), pois ele desejava desesperadamente Diná como esposa. Foram os filhos de Jacó (13) que responderam com uma proposta inocente, a qual,

não obstante, tinha implicações letais. Insistiram que seu peculiar costume da circuncisão fosse aceito por toda a população masculina da cidade; caso contrário, eles deixariam a região. Não suspeitando do ardil, pai e filho aceitaram o plano.

4. A Confiança Franca e o Logro Oculto (34.20-31) Hamor e Siquém (20) levaram a proposta para a cidade, onde os homens estavam

acostumados a se reunir para as discussões e decisões da comunidade à porta da cidade. Os argumentos do pai e do filho convenceram os concidadãos das vantagens do casamento com um dos membros da família de Jacó e concordaram que submeter-se à cisão não era preço alto. Todos os que saíam da porta da cidade (24) é uma expressão idiomática para se referir a homens capazes de portar armas. Todos foram circuncidados, uma operação que os debilitava por alguns dias. Simeão e Levi (25) sabiam que homens circuncidados não podiam lutar; assim, no

momento oportuno, foram à cidade, mataram todo macho, inclusive Hamor e Siquém (26), e resgataram a irmã. Vieram os outros filhos de Jacó (27) e fizeram uma pilhagem geral da cidade e dos rebanhos. Levaram cativos os sobreviventes. Jacó ficou profundamente chocado e reprovou os dois que tinham executado o crime.

Ele sabia qual seria a reação dos habitantes rurais adjacentes, e que seu clã poderia ser exterminado. Mas os rapazes não se arrependeram, replicando com a pergunta: Faria, pois, ele a nossa irmã, como a uma prostituta? (31) Claro que a resposta é “Não!” Mas em sua cólera extremada, os filhos de Jacó ficaram cegos a alternativas à violência. Jacó percebeu nitidamente que o episódio desqualificava estes dois filhos mais velhos como aptos para assumir as responsabilidades do concerto no futuro. Ele não esqueceu o fato, mas reservou a punição maior para depois (cf. 49.5-7).


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