C. A Infância de Jesus, 2.1-23
1. A Visita dos Sábios (ou Magos, 2.1-12) Jesus nasceu em Belém da Judéia (1). Esta era a cidade natal de Davi, situada a
cerca de oito ou dez quilômetros ao sul de Jerusalém, a caminho de Hebrom. O nome significa “casa de pão” - uma designação muito apropriada para o povoado onde o Pão da Vida (Jo 6.35) iria nascer entre os homens. E identificada como sendo da Judéia para diferenciação de uma cidade de mesmo nome no território de Zebulom (Jo 19.15), próxima a Nazaré. A designação da Judéia também enfatiza o fato de que Jesus pertencia à linhagem real de Davi; Ele precisaria ser da tribo de Judá. Cristo nasceu no tempo do rei Herodes. Herodes, o Grande, como é conhecido na
história, era um idumeu (edomita), filho de Antípater- que foi nomeado por Júlio César em 47 a.C. como procurador da Judéia. Os idumeus, que durante o cativeiro na Babilônia tinham dominado a parte sul do território de Judá, tiveram que ser circuncidados em 125 a.C., por ordem de João Hireano. Assim, eles eram nominalmènte judeus. Mas a religião de Herodes era, na melhor hipótese, superficial. Ele era um homem cruel, quase sem consciência. As vezes o reinado de Herodes, o Grande, é mencionado como tendo se iniciado em
40 a.C., e outras vezes em 37 a.C. Isto se deve ao fato de que, embora o senado em Roma tivesse dado a Herodes o título de “rei dos judeus” em 40 a.C., ele só conseguiu o trono em 37 a.C., depois de dois anos de lutas intensivas. A afirmação feita aqui de que Jesus nasceu no tempo de Herodes, combinada ao fato
de que Herodes, o Grande, morreu em 4 a.C., indica que o nosso calendário tem um erro de pelo menos quatro anos. Na verdade, Jesus provavelmente nasceu em 5 a.C.,15 e morreu em 30 d.C. (alguns dizem 29). Uns magos vieram do Oriente a Jerusalém. A palavra grega magoi (magos) “originalmente denotava a casta sacerdotal entre os persas e os babilônios (cf. Dn 2.2,48; 4.67; 5.7)”.16 Essa palavra é usada em Atos 13.6 significando “mágico”. Mas aqui “Mateus usa a palavra em sentido melhor, para designar homens nobres de uma religião oriental”.17 Não se sabe ao certo de que país eles vieram. Atkinson diz: “Eles provavelmente vieram da Mesopotâmia”.18 Esta é uma hipótese tão válida quanto qualquer outra. Beare afirma categoricamente que eles eram “astrólogos caldeus”
As perguntas dos magos (2) mostram que eles obtiveram alguma notificação definida de que um grande Rei dos Judeus (2) tinha nascido. Naturalmente, eles esperavam encontrá-lo na capital da nação. Se a estrela era um fenômeno natural ou sobrenatural é um problema que ninguém pode resolver, mas ela deu a orientação divina a esses estrangeiros. Talvez seja bom mencionar que do Oriente provavelmente significa “no lugar do nascer do sol”. De qualquer forma, a estrela era um tipo de Cristo (Nm 24.17). Os magos ficaram tão impressionados com ela, que fizeram uma viagem cansativa, de muitos meses, para vir e adorá-lo. Herodes ficou muito perturbado (3) com o rumo dos acontecimentos. Se havia uma
coisa que ele temia, acima de tudo, era uma ameaça ao seu trono. Ele tinha mandado matar três dos seus filhos por julgar que estivessem ficando muito ansiosos por sucedêlo no trono. Diz-se que César Augusto pronunciou este trocadilho: “E melhor ser um porco de Herodes do que seu filho”.20 A palavra grega para “porco” é hus e para “filho” é huios, o que produz um jogo de palavras. Não apenas Herodes estava perturbado, mas toda a Jerusalém com ele. O governo romano permitia uma considerável liberdade religiosa para os povos das diversas nações sob seu domínio. Especificamente, os romanos idólatras permitiam que os judeus continuassem em sua adoração de um único Deus verdadeiro. Mas um “rei dos judeus”? Isso parecia uma revolução. Aos olhos do imperador esse era o pecado por excelência. Roma estava sempre atenta a qualquer rumor de uma revolução. Os líderes judeus temiam severas represálias caso fosse descoberto que havia surgido um outro governante de sua nação. O rei preocupado convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas (4). Esses
eram os dois grupos principais no Grande Sinédrio de Jerusalém, o tribunal de líderes religiosos dos judeus. Os príncipes dos sacerdotes eram os saduceus, e os escribas eram na sua maioria fariseus. Escribas significa grammateis - literalmente, “escritores”. Esses homens tinham a responsabilidade de copiar as Sagradas Escrituras e ensiná-las ao povo. Herodes perguntou a esses homens onde havia de nascer o Cristo. O texto grego
diz “o Cristo”, isto é, o Messias. Isso mostra que o rei estava familiarizado com as expectativas messiânicas dos judeus. Sem dúvida, ele tinha ouvido falar das profecias do Antigo Testamento, e sentia um medo supersticioso do que o seu cumprimento poderia significar para o seu trono e para a sua vida pecadora. Os líderes judeus tinham uma resposta pronta. Eles responderam, em Belém da
Judéia (5). Como base para a sua resposta, eles fizeram uma citação das Escrituras. A citação de Miquéias 5.2 difere um pouco, tanto do texto hebraico quanto da Septuaginta (grego) desta passagem, e talvez se baseie em 2 Samuel 5.2. Filson diz: “Ela mistura livremente materiais do Antigo Testamento de uma maneira que os comentários essênios dos Pergaminhos do Mar Morto mostram que era corrente no judaísmo do primeiro século, e dá ao material uma interpretação messiânica”.21 Também existe a possibilidade de que Mateus tenha usado uma versão grega do Antigo Testamento, que é diferente da Septuaginta, ou talvez tenha adotado “uma tradução livre da versão hebraica”,22 As implicações dessa narrativa estão bem definidas por Plummer. Ele diz:
Apesar de os pagãos não terem nada para lhes guiar, exceto conhecimentos
superficiais de ciência misturados com muita superstição, eles estão tão entusiasmados pelos sinais que Deus, por meio desses instrumentos imperfeitos, lhes dá, que fazem uma longa viagem e realizam cuidadosas investigações para poderem reverenciar o novo Governante que foi enviado ao mundo. Mas os sacerdotes dos judeus, com o Pentateuco e os profetas nas suas mãos, estão tão longe de se alegrar com esse relato de profecias e sinais cumpridos, que nem se preocupam muito em verificar a sua veracidade.23
Herodes chamou os magos secretamente (7) ou de forma “privada” (cf. 1.19). O
significado da palavra em grego é “secretamente”. Uma das principais características de Herodes era a astúcia. Ele próprio era muito ardiloso e não confiava em ninguém mais. Ele perguntou aos homens exatamente quando havia aparecido a estrela. Então ele os enviou a Belém com ordens de procurar diligentemente (8) - “com cuidado, meticulosamente” - pelo recém-nascido. Eles deveriam lhe transmitir a informação, para que, disse ele, também eu vá e o adore. Os eventos posteriores provaram que o seu verdadeiro objetivo ao procurar obter essa informação era completamente diferente. Ele pretendia assassinar a Criança, eliminando, desta forma, a possibilidade de um rival político. Quando os magos iniciaram a última parte da sua longa jornada, eles novamente encontraram a orientação divina na estrela que brilhava acima das suas cabeças. Ela os levou até o lugar onde estava a Criança (9). A visão da estrela fez com que eles se alegrassem muito com grande júbilo (10). Eles sabiam agora que a sua busca havia terminado. Existe aqui uma implicação de que os magos tinham perdido a visão da estrela enquanto estavam com Herodes e com os líderes judeus em Jerusalém? Se tivessem prestado atenção somente à estrela, ao invés de procurar a orientação humana, será que eles teriam sido levados a Belém? Se isso tivesse acontecido, será que o terrível massacre dos bebês teria sido evitado? Será que às vezes não trazemos problemas a nós mesmos e a outras pessoas porque procuramos os conselhos humanos das pessoas erradas, quando deveríamos estar confiando na orientação divina? Quando chegaram à casa viram o menino (11). Isto é um pouco diferente dos pastores encontrando o menino Jesus em uma manjedoura na noite em que Ele nasceu (Lc 2.16). O menino tinha provavelmente um ano de idade e a família havia fixado residência em Belém. As imagens que mostram os magos ajoelhados diante de uma manjedoura, portanto, não são exatas, de acordo com as Escrituras. Os magos, prostrando-se (ajoelhando-se), o adoraram. Está claro que eles acreditavam que Jesus era digno de adoração. Então eles lhe presentearam com presentes reais: ouro, incenso e mirra. Esses eram produtos do sul da Arábia, mas eram largamente vendidos e poderiam ser obtidos no país caldeu. Barclay ressalta maravilhosamente o significado simbólico dos três presentes.24 Ele
registra a afirmação de Sêneca de que na Pártia uma pessoa só podia se aproximar do rei se lhe trouxesse um presente. O ouro era o presente mais apropriado para um rei - e assim o foi, para Aquele que nasceu para ser o Rei dos reis. O incenso era o presente para um sacerdote, uma vez que os sacerdotes o ofereciam a Deus no Templo. Assim, este era um presente adequado para ser oferecido Àquele que seria o maior Sumo Sacerdote. E a mirra era o presente para alguém que iria morrer. Ela era usada para embalsamar. E assim, era particularmente apropriada para o Filho de Deus, que veio para morrer na Cruz. Esses três presentes “profetizam que Ele seria o Rei verdadeiro, o Sumo Sacerdote perfeito e, no final, o supremo Salvador dos homens”
O relato bíblico não indica quantos magos vieram ver Jesus. Provavelmente como
são mencionados três tipos de presentes, espalhou-se a lenda de que foram três visitantes. Depois, foram chamados de “reis” - talvez por causa dos presentes reais que trouxeram - e receberam nomes: Gaspar, Melquior e Baltasar. Mas tudo isso é pura lenda. Quando os magos foram por divina revelação avisados em sonhos para que
não voltassem para junto de Herodes, voltaram para suas casas por outro caminho (12). A atitude devota desses sábios astrólogos do Oriente é assim descrita por um comentarista: “Ali, no limiar do Evangelho, podemos ver a verdadeira relação entre a ciência e a religião...
‘Que o conhecimento cresça mais e mais, mas que em nós resida mais reverência; que mente e alma, em harmonia, possam fazer uma única música, como antes’ ”.26
A visita dos magos sugere uma espécie de primícias dos gentios que viriam a Cristo
em busca da salvação. O Evangelho de Mateus termina com a Grande Comissão de se evangelizar o mundo. Alexander Maclaren tem um bom resumo dos “Primeiros Frutos dos Gentios”. Ele
observa 1) a sabedoria pagã, levada por Deus até o berço de Cristo, w. 1-2; 2) o alarme do Seu próprio povo diante da menção do Seu Nome, v. 3; 3) o concílio dos teólogos, vv. 4-6; 4) o ardiloso conselho de Herodes, w. 7-8; 5) o encontro do Rei, w. 9-11; 6) a adoração e a oferta dos presentes, depois do encontro, v. 11.
2. A Fuga para o Egito (2.13-15) Depois da partida dos magos, o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, e
lhe disse: toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito porque Herodes tentaria destruir Jesus (13). Partindo de noite (14), para evitar ser pego, José levou a família em segurança para o Egito. Esta foi uma viagem de cerca de 320 quilômetros. A imagem tradicional de José caminhando ao lado do asno em que Maria cavalga com Jesus nos braços é muito provavelmente verdadeira. A família permaneceu no Egito até a morte de Herodes (15). Isso ocorreu em 4
a.C. De acordo com o seu costume, Mateus cita novamente o Antigo Testamento - desta vez, Oséias 11.1. Originalmente, as palavras se referiam a Israel, o filho de Deus. Aqui elas se aplicam a Cristo, o único Filho de Deus, que também representava Israel. Como no versículo 6, Mateus não cita a Versão dos Setenta (a Septuaginta). Plummer diz: “Ele faz uma tradução independente do hebraico, sozinho ou não”; e acrescenta uma nota de rodapé: “Somente em poucos casos as citações de Mateus são extraídas da Septuaginta”.27
3. A Matança dos Inocentes (2.16-18) O fato de Herodes ter matado todos os meninos de Belém e seus contornos, de
dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos (16) indica que “agora fazia quase dois anos que a estrela tinha aparecido”.28 Tudo indica que Cristo estava com aproximadamente um ano de idade quando foi visitado pelos magos.
Uma vez mais, Mateus cita uma profecia do Antigo Testamento como tendo sido
cumprida. Ela está em Jeremias 31.15. Ramá (18) ficava a oito quilômetros ao norte de Jerusalém. Mas o túmulo de Raquel ficava na estrada para Belém (Gn 35.19). O lugar tradicional, hoje conhecido, fica a cerca de um quilômetro e meio ao norte de Belém. A passagem de Jeremias também está relacionada com os cativos de Jerusalém quando foram levados através de Ramá a caminho da Babilônia em 586 a.C. Embora na história secular não exista um registro deste perverso massacre dos
bebês inocentes em Belém, ele se encaixa perfeitamente com o caráter de Herodes. Como já foi observado anteriormente (cf. comentários sobre 2.3), esse rei cruel e maldoso enviou três dos seus filhos à morte. Ele também matou a sua esposa favorita, Mariamne, e a mãe dela. Josefo conta como Herodes, ao saber que estava à morte, convocou “todos os principais de toda a nação dos judeus” perante ele, em Jericó, sob pena de morte no caso.de desobediência. Ali ele ordenou que fossem trancados no hipódromo. Temendo morrer sem que fosse pranteado, ele instruiu a sua irmã Salomé para que, quando ele morresse, e antes que isso fosse anunciado publicamente, todos os líderes judeus no hipódromo fossem assassinados. Assim, ele teria “a honra de uma lamentação memorável no seu funeral”.29
4. 0 Retomo para Nazaré (2.19-23) Depois da morte de Herodes, o Grande, o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José (19) e deu-lhe instruções para voltar para a terra de Israel (20). Esta é a terceira vez que se menciona um anjo aparecendo a José em sonhos (cf. 1.20; 2.13). A frase num sonho aparece em um total de cinco vezes nestes dois primeiros capítulos (cf. 2.12, 22). Quando José chegou à fronteira da Palestina, ele soube que Arquelau estava reinando na Judéia, como sucessor de seu pai. Isto lhe deu medo de fixar residência ali, pois Arquelau era o pior dos filhos de Herodes, o Grande, conhecido por sua maldade e crueldade. Josefo diz que logo depois de subir ao trono esse monstro selvagem massacrou três mil pessoas.30 Parece que José tinha pensado em voltar a Belém e estabelecer-se ali. Isso seria algo
natural para ele, à luz do anúncio do anjo (1.20-21). Uma vez que Jesus era, de forma singular, “o filho de Davi” (cf. 1.1), teria parecido mais adequado que Ele fosse criado em Belém. Mas esse não era o caso. Avisado novamente em sonhos (22), José foi para as
regiões da Galiléia. Ele provavelmente desceu a Estrada de Jericó, cruzou o rio Jordão e subiu o lado leste do vale, voltando a cruzar o rio ao sul do lago da Galiléia. O território que ele atravessou era governado por Herodes Antipas - o “Herodes” dos Evangelhos. Embora fosse filho de Herodes, o Grande, ele não era tão cruel quanto o seu irmão da Judéia. Assim, os refugiados estariam mais seguros ali. Eles se estabeleceram na sua antiga cidade de Nazaré (cf. Lc 1.26; 2.4). Este povoado estava situado cerca de 130 quilômetros ao norte de Jerusalém, e aproximadamente na metade do caminho entre o Mediterrâneo e o mar da Galiléia. Obviamente se tratava de uma cidade pequena e obscura, pois não é mencionada no Antigo Testamento, nem por Josefo, nem no Talmude. A visão que os judeus tinham dela na época de Jesus está claramente evidenciada em João 1.46 - “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?
Uma das passagens mais problemáticas neste Evangelho está na citação, ele será
chamado Nazareno (23). Muitos estudiosos pensam que não há tal afirmação no Antigo Testamento. Por exemplo, Green declara que “Não há nenhuma profecia no Antigo Testamento que se pareça sequer remotamente com esta”.31 O que deve ser observado é que Mateus não atribui esta citação a nenhum profeta
específico; ele apenas disse que isto fora dito pelos profetas. Assim, esta profecia poderia ser interpretada como uma apresentação geral de uma verdade importante. Morison define bem o caso ao dizer que: “Isso indica que o evangelista não está se referindo a nenhuma predição em particular; ao invés disso, ele está reunindo diversas afirmações proféticas e traduzindo o seu significado à fraseologia peculiarmente significativa da sua própria época e localização”.32 Ele acrescenta, como explicação: “Ser chamado Nazareno era ser chamado de desprezível”.33 Alguns tentaram encontrar uma conexão de Nazareno com “Nazireu”. Isso foi proposto por Tertuliano e Jerônimo, no princípio da igreja, e apoiado por Erasmo, Calvino, Beza e Grotius no período da Reforma.34 Mas a teoria sofre de dois defeitos fatais: 1) as raízes hebraicas das duas palavras são muito diferentes; 2) Jesus não afirmava ser um nazireu, nem viveu esse tipo de vida. Como conseqüência, esta idéia deve ser rejeitada. Uma conexão mais plausível é a feita com a palavra hebraica para “galho” ou “ramo”,
que é encontrada em diversas passagens nos livros proféticos do Antigo Testamento. Lange escreve: “A conclusão a que chegamos é que o título Nazareno faz referência à humildade exterior do Messias; de acordo com isso, netzer, em Isaías 11.1, é análoga às expressões usadas em Isaías 53.2 e a outras descrições da aparência humilde do Messias”.35 Plumptre expressa a idéia de maneira ainda mais apropriada. Ele fala do autor deste Evangelho: “Ele tinha ouvido os homens falarem com escárnio do ‘Nazareno’ e as mesmas sílabas daquela palavra tinham chegado aos seus ouvidos em uma das mais gloriosas profecias admitidas como sendo messiânicas - ‘Brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo —netzer (galho)— frutificará’ (Is 11.1)”.36 E interessante observar que “Nazareno” é o título normalmente atribuído a Jesus e aos Seus discípulos no Talmude judaico, onde é claramente um termo depreciativo. Box pensa que Nazoraios, a palavra grega em Mateus 2.23 - que ele conecta com a hebraica netzer através do aramaico - pode ter sido escolhida pelos primeiros cristãos como um “título honorário” em oposição à desdenhosa palavra Nazarenos:37 E interessante perceber que todas as Narrativas da Infância de Jesus em Mateus
são contadas a partir do ponto de vista de José. Destaca-se o anúncio do nascimento de Jesus que foi feito a ele, e não aquele que foi feito a Maria (como em Lucas). Foi José quem recebeu a ordem de levar o menino Jesus e a Sua mãe ao Egito, e depois de trazêlos de volta à Terra Prometida. Isto está em notável contraste com as histórias dos dois primeiros capítulos de Lucas, que estão escritas a partir do ponto de vista de Maria.
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