E . O T e rc e iro C on jun to de M i la g r e s , 9 .1 8 -3 4 1. Um Milagre Duplo (9.18-26) Nos três Evangelhos Sinóticos15 a cura da mulher que tinha uma hemorragia é colocada no contexto da ressurreição da filha de Jairo. Assim, esses dois episódios serão tratados em conjunto. Jesus foi abordado por um chefe da sinagoga,16 Jairo, - o nome é dado em Marcos 5.22
- com o pedido de que Ele viesse e colocasse a mão na cabeça de sua filha. Mateus relata que Jairo disse: Minha filha faleceu agora mesmo (18) ao passo que Marcos apresenta: “Minha filha está moribunda” (Mc 5.23) - literalmente, “no seu último suspiro”. Marcos e Lucas falam de alguém que conta, quando estavam a caminho da casa, que a filha tinha morrido. Mas ela estava morta quando Jesus começou a caminhar com Jairo? Uma vez mais, para uma explicação nos valemos do costume de Mateus de resumir a narrativa. Marcos e Lucas dão os detalhes corretos que preenchem o magro relato de Mateus. Enquanto Jesus estava acompanhando Jairo até à sua casa, uma tímida mulher que
vinha sofrendo de uma hemorragia durante doze anos veio por trás dele e tocou a orla da sua veste (20) - ou “a borda da sua veste” (cf. Nm 15.38). Ela acreditava que se tocasse a sua veste, ficaria sã (21). O verbo aqui é sozo, que é usado com freqüência nos Evangelhos e algumas vezes no Livro de Atos, significando a cura física. Mas nas Epístolas ele é usado regularmente significando a salvação espiritual. As palavras gregas para Salvador e salvação têm a mesma raiz de sozo. Elas enfatizam o fato de que a salvação significa a saúde espiritual ou a saúde completa. Não foi o toque na veste de Jesus que curou a mulher; foi a sua fé (22). Mas a sua fé
se manifestou através do seu ato. Quando Cristo chegou à casa do chefe da sinagoga, Ele encontrou os instrumentistas
e o povo em alvoroço (23), ou “tumulto”. Esses instrumentistas ou “flautistas” seriam as carpideiras contratadas, profissionais. Quanto mais ruído fizessem no sepultamento, mais dinheiro receberiam. Como o corpo devia ser enterrado no mesmo dia, não havia tempo a perder. Que contraste com a conduta calma e digna de Cristo! Ele mandou embora as
carpideiras contratadas: Retirai-vos (24). Ele garantiu a todos que a jovem não estava morta, mas somente adormecida. Irritadas e frustradas, as carpideiras riram dele. Colocando os incrédulos para fora da sala, Jesus levou consigo somente Pedro, Tiago
e João, além dos pais da menina (cf. Marcos e Lucas). O Criador pegou a mão da menina sem vida e ela se levantou (25). A história da ressurreição de uma garota naturalmente causou grande comoção, e divulgou ainda mais a fama de Jesus por toda a terra da Palestina (26).
2. A Cura de Dois Cegos (9.27-31) Este episódio, assim como o seguinte, só está registrado em Mateus. Novamente encontramos dois homens - desta vez, dois cegos (27). Eles clamaram: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. Filson observa: “Eles o aceitam como o líder messiânico esperado que iria fazer as maravilhosas obras de misericórdia mencionadas em Isaías 35.5”.17 Quando afirmaram a sua fé nele (28), Jesus respondeu: Seja-vos feito segundo a
vossa fé (29). Esta é uma afirmação tremendamente desafiadora para todos os cristãos da atualidade. Teremos aquilo que cremos que o Senhor pode fazer por nós. Quando o Grande Médico tocou os olhos deles, logo puderam ver. Então Jesus os
ameaçou, dizendo que não contassem a ninguém o que havia acontecido (30). O verbo é muito forte em grego. Aqui ele significa “advertir com firmeza”.18 A razão para Jesus falar tão energicamente era que Ele não queria que o excesso de publicidade atrapalhasse o seu ministério de ensino, causando a vinda de multidões procurando apenas a cura. Mas a ameaça foi em vão. Os dois homens divulgaram a sua fama por toda aquela terra (31).
3. A Cura do Endemoninhado e Mudo (9.32-34) Os Evangelhos mostram a possessão demoníaca como causando a demência, e, aqui,
a mudez. Quando libertado do demônio, o homem falou. Novamente a multidão se maravilhou (33) com o poder de Deus. Mas os fariseus tinham uma outra explicação para o fato. Eles disseram que Jesus
estava expulsando os “demônios” por meio do príncipe dos demônios (34). Esta era uma perversão moral por parte daqueles líderes religiosos, confundindo o demoníaco com o Divino. Em outra passagem vemos Jesus lidando firmemente com essa atitude deles.
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