B. As S e te P arábo las , 13.3-50
1. O Semeador (13.3-23) Sentado no barco, Jesus falou ao povo muitas coisas por parábolas (3). Esta palavra vem do grego parabole, que significa algo “lançado de lado”. O termo é usado somente nos Evangelhos Sinóticos (Mateus, 17 vezes; Marcos, 13 vezes; Lucas, 18 vezes) e duas vezes em Hebreus (9.9; 11.19), onde é traduzida como “alegoria” ou “figura”. Arndt e Gingrich afirmam exatamente o que ela significa: “Uma parábola é um curto discurso que faz uma comparação; ela expressa um único pensamento completo”.1 O que vem a seguir é uma definição interessante: “Sendo o mais simples, a parábola é uma metáfora ou símile tirada da natureza ou da vida comum, atraindo o ouvinte por sua vivacidade ou estranheza, e deixando a mente com dúvida suficiente sobre a sua exata aplicação, a ponto de provocá-la a ter um pensamento ativo”.2 Uma vez que os orientais são naturalmente dados ao uso de linguagem alegórica,
não é de se surpreender que várias parábolas devam ser encontradas no Antigo Testamento, bem como nos escritos judaicos posteriores. Mas Jesus fez o uso mais eficaz desse método de ensino. Para ser válida e vigorosa, uma parábola deve ser verdadeira para a vida. Conseqüentemente, “Jesus é Mestre da parábola porque Ele é Mestre da vida”.3 Somente Aquele que conhecia a vida perfeitamente poderia interpretá-la completamente. Uma parábola tem sido definida como “uma história terrena com um significado celestial”. Os primeiros escritores cristãos, como Orígenes, deram interpretações alegóricas
extremas às parábolas de Jesus, embora Tertuliano e Crisóstomo tenham sido contra isso. Este último diz em seu comentário grego sobre Mateus: “E, como estou sempre dizendo, as parábolas não devem ser explicadas em toda a sua extensão, palavra por palavra, uma vez que muitos absurdos se seguirão”.4 A maioria dos estudiosos tem aceitado a opinião de que a parábola tinha a intenção
de ensinar somente um ponto, e que interpretar alegoricamente vários detalhes deve ser evitado. M’Neile, porém, sabiamente adverte que devemos nos guardar contra “a recusa de admitir a possibilidade de que mais de um único ponto possa ser ilustrado em uma parábola”.6 Ele diz: “Quando mais de uma verdade é ilustrada, a figura se aproxima de uma alegoria e não é sempre certo quais detalhes são usados para ilustrar algo, e quais são meramente parte da estrutura cênica”.6 Isso acontece de tal forma que a primeira parábola neste capítulo prova a
inadequabilidade da teoria de “um único ponto”. Pois Jesus mesmo prosseguiu em dar uma interpretação alegórica de vários itens na parábola do joio, bem como brevemente no caso da parábola da rede. Portanto, três das sete parábolas aqui são tratadas alegoricamente pelo Mestre.
a) A Afirmação da Parábola (13.3-9).7 O quadro que Jesus pintou nesta parábola era
muito familiar aos seus ouvintes. Mesmo hoje pode-se ver na Palestina um homem andando pelo campo, tirando a semente da sacola jogada sobre seu ombro, e espalhando-a por toda parte com largos movimentos de sua mão. Esta história é às vezes chamada de parábola das terras, uma vez que seu ponto
principal é a comparação de quatro tipos diferentes de solo - ao pé do caminho (4), pedregais (5), entre espinhos (7) e em boa terra (8). A semente que caiu ao pé do caminho foi comida pelas aves. A que caiu em pedregais - solo raso em cima da rocha - brotou rapidamente, mas logo secou-se porque não tinha raiz. A semente que caiu entre espinhos (ou “cardos”) foi sufocada. A que caiu em boa terra produziu uma rica colheita. Jesus concluiu a sua história com uma admoestação: Quem tem ouvidos para
ouvir, que ouça (9). A disposição para ouvir é o preço do aprendizado. Esta expressão ocorreu uma vez anteriormente em Mateus (11.15), e é encontrada outra vez na última parte deste capítulo (43).
b) O Motivo para Falar em Parábolas (13.10-17). Os discípulos estavam curiosos
sobre a razão pela qual Jesus ensinava as multidões por parábolas. Quando eles lhe perguntaram, Ele respondeu que, embora fosse um privilégio deles conhecer os mistérios do Reino dos céus (11), isto não era concedido às multidões. O termo mistérios vem do grego mysteria. Nos Evangelhos ele ocorre somente aqui
e nas passagens paralelas em Marcos 4.11 e Lucas 8.10. Ele é mais freqüentemente encontrado nas Epístolas de Paulo (vinte vezes) e em Apocalipse (quatro vezes). Nos dias de Cristo, ele tinha o significado técnico de segredos que eram conhecidos somente pelos iniciados, como nas religiões de mistério. O mistério do Reino em particular, como Paulo o define, é a salvação dos gentios bem como dos judeus (Ef 3.3-9). No versículo 12, Jesus apresenta o princípio significativo de que aquele que possui
receberá abundantemente mais, enquanto que aquele que não possui perderá até o pouco que possui. Esta é uma verdade em economia. O homem com dinheiro para investir ganha mais dinheiro. O que tem pouco está em perigo de perder o que tem quando surgirem emergências. O princípio se aplica também ao conhecimento; o aluno deve ter uma certa informação básica antes que o professor possa levá-lo ao entendimento avançado. Jesus aqui aplica este princípio à vida espiritual. Os discípulos eram aqueles que já tinham algum entendimento espiritual e assim receberiam mais através do ensino do Mestre. Cristo estava falando para as multidões por parábolas, não para que perdessem o pouco que já possuíam, mas a fim de que aqueles que já tinham alguma compreensão da vida espiritual pudessem acrescentar a ela. Por causa da diferença de percepção e entendimento do povo, Jesus teve que lhes falar por parábolas (13). Carr expressa isso da seguinte forma: “A parábola serve 1) para o não instruído, como sendo atraente na forma e como revelando uma verdade espiritual exatamente em proporção à capacidade do ouvinte; e 2) para os divinamente sábios como revelando um segredo no qual eles podem penetrar por sua inspiração espiritual”.8 Embora o porque de Mateus (do grego hoti) não apresente problemas, o uso de hina
(“que”, literalmente, “a fim de que”) em Marcos 4.12 e Lucas 8.10 cria uma das maiores dificuldades na exegese dos Evangelhos. Por que Jesus deveria falar por parábolas “a fim de que” seus ouvintes não pudessem entendê-lo? M’Neile sugere três respostas possíveis. A primeira é a resposta tradicional - “para
evitar que o seu ensino fosse inteligível para qualquer um que não fosse daqueles que simpatizavam com Ele”. A segunda seria hina (“a fim de que”) “virtualmente equivalente a hoste [para que]: de acordo com uma expressão hebraica bem conhecida, o resultado é ironicamente descrito como um propósito”. A terceira é expressa assim: “O versículo de Marcos é, possivelmente, como Mateus 14ss., um comentário editorial: ‘a fim de que as palavras de Isaías fossem cumpridas’... a gramática da sentença sendo dominada por hina, como em Mateus 28.16”.9 A segunda dessas explicações encontra um forte apoio em uma recente gramática
oficial do Novo Testamento grego, que afirma ter o uso casual de hina (“porque”) “bom precedente” e que faz “excelente sentido” em Marcos 4.12.10 Mais uma vez (14-15) Mateus cita seu escritor favorito do Antigo Testamento, o
profeta Isaías (6.9-10). A propósito, essa é a única ocasião, além de 2 Pedro 1.20-21, onde uma passagem do Antigo Testamento é referida como profecia (14). Esta citação, contrária a várias anteriores no livro, é tomada literalmente da Septuaginta. O hebraico de Isaías 6.9-10, como traduzido em nossas versões, é imperativo em vez de futuro do indicativo. O primeiro enfatizava a sua aplicação ao ministério de Isaías, o segundo é uma aplicação profética para os tempos posteriores. Coração (15), no antigo pensamento hebraico, referia-se ao lugar da inteligência
em vez do lugar das afeições. Esse é o caso nesta citação, como em muitas outras passagens do Antigo Testamento. Neste versículo, Jesus apresenta um segundo impedimento ao conhecimento espiritual. Nos versículos 11 e 12, Ele disse que o entendimento e o crescimento espiritual são limitados pela ignorância, pela qual o homem não é responsável. Aqui Ele declara que também há uma ignorância intencional da verdade do Evangelho - fechou os olhos. Jesus lembrou aos discípulos que seus olhos espirituais eram bem-aventurados,
porque podiam ver a verdade (16); também seus ouvidos, porque podiam ouvir. Este é o privilégio dos filhos de Deus - de todos os que ouvem o evangelho e que mantêm seus corações abertos para a verdade dele. A afirmação do versículo 17 é mais tarde iluminada por 1 Pedro 1.10-11. Que privilégio viver desde que Cristo veio! c) A Explicação da Parábola (13.18-23). Jesus descreveu quatro tipos de ouvintes do
Evangelho. Existem primeiro aqueles ao pé do caminho (19). Seus corações impassíveis - que se tornaram assim pela indiferença ou pelas pressões da vida - não recebem realmente a verdade, e o maligno arrebata a semente que fica na superfície da terra. Luccock diz: “O que quer que seja mantido na superfície da vida será arrebatado”.11 O segundo compreende aqueles que estão em pedregais (20), ou em solo pedregoso.
Seus corações superficiais - a superficialidade em parte herdada, em parte adquirida respondem com um entusiasmo emocional, mas falham em firmar as suas raízes em profundo arrependimento. Assim, vivem “vidas fracas”. Quando a angústia e a perseguição (21) os atingem, definham e morrem. Eles se ofendem (skandalizetai) - tropeçam, ou se prendem. O terceiro tipo compreende aqueles que estão entre espinhos (22). Eles recebem a
mensagem, e são salvos. Mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra. Estas duas coisas ameaçam a vida espiritual de cada cristão e causam a morte espiritual de muitos. Estes são os corações estrangulados, cujas vidas se tornam sobrecarregadas de muitas coisas, até que a consciência em relação a Deus é completamente sufocada. O quarto tipo compreende aqueles que são descritos como boa terra (23). Estes não só ouvem a Palavra, mas também a entendem. Eles produzem frutos, mas em vários graus. O desafio para cada cristão é produzir “mais frutos” e “muitos frutos” (Jo 15.2, 5). Poderíamos pensar nesses quatro solos como sugerindo “Um Quarteto dos Corações
Humanos”: 1) O Coração Impassível; 2) O Coração Superficial; 3) O Coração Estrangulado; 4) O Coração Firme. Naturalmente, a terra é inteiramente passiva, mas o espírito humano não. Inferir alguma espécie de fatalismo ou determinismo dessa história seria como desviar-se das Escrituras como um todo, pois elas assumem em toda parte uma responsabilidade individual. Pela ajuda do sempre disposto Espírito Santo podemos romper a “terra não cultivada” dos nossos corações (Jr 4.3). Aremoção dos “pedregais” da vontade própria latente, e da dureza espiritual, é um privilégio prometido inerente na nova aliança (Ez 36.25-27), e é exatamente o que ocorre no arrependimento sólido, e, mais radicalmente, em toda a santificação. No que diz respeito aos cuidados deste mundo e a sedução das riquezas, o crente vigilante, purificado, cheio do Espírito Santo, pode se recusar a permitir que as preocupações temporais monopolizem a sua atenção e sufoquem completamente a sua espiritualidade.
2. O Joio (13.24-30, 36-43) Esta parábola só é encontrada em Mateus. Ela é colocada logo após a parábola do
semeador, provavelmente porque ambas estejam relacionadas com a semeadura de grãos. Mas aí termina a similaridade. As lições ensinadas pelas duas são completamente diferentes.
a) A Parábola Declarada (13.24-30). Jesus comparou o Reino dos céus a um homem que semeia boa semente no seu campo (24). Mas enquanto todos estavam dormindo, um inimigo semeou joio (“cizânia”, uma semente com praganas que lembra o trigo) no meio do trigo (25). O estrago não foi descoberto até que o trigo começou a despontar (26), quando a diferença entre o trigo e o joio podia ser discernida. Os servos relataram o problema ao pai de família (27). O dono reconheceu isto como sendo a obra de um inimigo. Quando os servos perguntaram se deveriam retirar o joio (28), o dono os proibiu,
para que não arrancassem o trigo ao mesmo tempo (29). Ele os instruiu a deixar que ambos crescessem juntos até o tempo da ceifa. Então o joio seria juntado em molhos para ser queimado, enquanto o trigo seria armazenado no celeiro (30), ou “armazém”. J. Jeremias explica como isto era feito: “Pelo ajuntamento do joio, não devemos entender que ele era arrancado pela raiz imediatamente antes da colheita dos grãos, mas que, quando o ceifeiro cortava o grão com a sua foice, ele deixava o joio cair, para que não fosse agrupado nos molhos”.12 Posteriormente o joio era apanhado e amarrado, e queimado como combustível. Qual foi a ocasião para esta história ser contada? “A parábola soa como a resposta de
Jesus a uma crítica - provavelmente um fariseu... que havia objetado: ‘Se o Reino de Deus está realmente aqui, por que não houve uma separação dos pecadores e dos santos em Israel?’.”13 No idioma original, o nome fariseu significa “separatista”.
b) A Parábola Explicada (13.36-43). Depois que Jesus expôs as parábolas do grão
de mostarda e do fermento, Ele foi para casa (veja 13.1) - provavelmente a casa de Pedro em Cafarnaum. Na privacidade do lar, os discípulos pediram uma explicação da parábola do joio (36). Como no caso da parábola do semeador, Cristo deu uma interpretação detalhada. O
semeador é o Filho do Homem (37). O campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino - aqui a igreja invisível, todos aqueles que são os verdadeiros filhos de Deus e o joio são os filhos do Maligno (38). O inimigo é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo (“era”); e os ceifeiros são os anjos (39). No fim desta era, disse Jesus, Ele enviará os seus anjos para colher do seu Reino (41) - a palavra aqui parece ter uma conotação mais ampla do que é usual, e diferente do significado no versículo 38; aqui a palavra se refere à igreja visível, ou mais provavelmente ao mundo inteiro composto por homens bons e homens maus. Tudo o que causa escândalo (skandala) significa “tudo
o que apanha em armadilha ou seduz os homens à destruição”.14 Iniqüidade é, no grego, “impiedade”. Estes serão lançados em uma fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes (42) - uma frase encontrada cinco vezes em Mateus (8.12; 13.42; 22.13; 24.51; 25.30) e uma vez em Lucas (13.28). Ela sublinha o horror do inferno. Em contraste com isso, os justos resplandecerão como o sol (43). Este é um eco de Daniel 12.3 - “Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente”.
3. O Grão de Mostarda (13.31-32) Esta parábola é encontrada nos três Evangelhos Sinóticos (cf. Marcos 4.30-32; Lucas
13.18-19). O quadro é o de uma pequenina semente sendo semeada na terra e crescendo até o tamanho de uma árvore, grande o suficiente para as aves se aninharem em seus ramos. Na verdade, o grão de mostarda não é a menor de todas as sementes (32), mas esta era uma expressão proverbial para algo extremamente pequeno. A breve parábola nos sugere o ditado: “O Pouco é Muito se Deus Estiver Nele”, e os três pontos: 1) Perdida na Terra; 2) Menor das Sementes; 3) Maior das Ervas.
4. O Fermento (13.33) Esta parábola também é encontrada em Lucas (13.20-21), mas não em Marcos. Jesus retratou uma mulher tomando o fermento (levedura) e escondendo-o em três medidas (cerca de um alqueire) de farinha. O fermento afetou toda a quantidade de massa de pão, de forma que tudo cresceu. Uma vez que esta parábola está intimamente relacionada com a anterior, elas bem
podem ser interpretadas juntas. Duas interpretações principais são populares hoje. A primeira é a interpretação tradicional, sustentada desde os primórdios da Igreja. Esta opinião afirma que Jesus está descrevendo aqui o duplo crescimento da Igreja. Na parábola do grão de mostarda, trata-se do crescimento exterior; na parábola do fermento, trata-se do crescimento interior e espiritual - ou a sua influência na sociedade contaminada. Durante os últimos cem anos uma opinião completamente diferente tem sido promovida por alguns estudiosos da Bíblia. Ela é principalmente baseada na premissa de que o fermento é sempre um símbolo da iniqüidade. De acordo com esta interpretação, o grande crescimento da planta da mostarda tipifica a expansão exterior de uma Igreja apóstata que ganharia o domínio do mundo. As aves do céu são os homens ímpios em altas posições em vários ramos da igreja. O fermento simboliza o ensino herege na igreja, pelo qual ela se tornou contaminada. Dessa forma as duas parábolas fornecem uma antecipação do curso do mal da igreja exterior nesta era. A interpretação tradicional parece muito mais coerente com toda a força do ensino de Jesus sobre o Reino.
Interlúdio: Resumo (13.34-35) Para as multidões, Cristo falou somente por parábolas (34). Isso contribuiu tanto
para uma variedade como para uma vivacidade em seu ensino. Ele usou ilustrações de pesca, lavoura, comércio e até mesmo de culinária. Todos puderam encontrar algo familiar aqui. Além disso, Mateus encontra um cumprimento das profecias do Antigo Testamento.
Ele declara que o que se segue fora dito pelo profeta (35), mas então cita o Salmo 78.2. Não há tal declaração registrada no Livro de Isaías.15 Como em outras passagens, ele traduz o hebraico em vez de fazer uma citação da Septuaginta, como fazem, comumente, outros escritores do Novo Testamento. Criação significa “princípio”. A palavra grega é assim usada pelos escritores seculares.
5. O Tesouro Escondido (13.44) Nos tempos antigos, quando em muitos lugares não havia bancos, era costume esconder tesouros no solo. Jesus falou sobre um homem que inesperadamente descobriu um “achado”, e vendeu tudo o que tinha para comprar o campo e obter o tesouro.
6. A Pérola de Grande Preço (13.45-46) Semelhantemente, um homem que descobriu uma pérola de valor altíssimo, vendeu
tudo o que possuía para comprá-la. As duas parábolas, que só são encontradas em Mateus, ensinam claramente a mesma lição. Alguns têm interpretado essas duas parábolas como significando que Cristo deu
tudo o que possuía para comprar a igreja. Mas a maioria dos estudiosos as interpreta como significando que devemos estar dispostos a desistir de tudo o que possuímos para ganhar a salvação. O Reino de Deus, a vida de Deus na alma, é o tesouro escondido e a pérola preciosa. Tem sido sugerido que o tesouro escondido tipifica aqueles que de repente e inesperadamente encontram a Cristo, enquanto a pérola de grande preço simboliza aqueles que o buscam por muito tempo, antes de encontrá-lo.
7. A Rede (13.47-50) Esta parábola - assim como a do joio - só se encontra em Mateus e ambas ensinam
a mesma lição. Ambas descrevem o dia do juízo final, e a conseqüente separação dos bons e dos maus. Na presente parábola, a frase, o Reino dos céus é semelhante, é provavelmente melhor entendida se a lermos da seguinte forma: “A obra de Deus no mundo é como...” Desta vez o quadro é o de uma grande rede que retirou do lago um arrastão de peixes de toda qualidade (47). Quando a rede de arrasto foi puxada até à praia, os peixes foram separados. Os bons foram colocados em cestos (48). Mas os pescadores lançaram fora os ruins. A palavra sapra geralmente significa “podre”. Mas aqui ela deve significar “imprestável, impróprio para o uso”. Semelhantemente, disse Jesus, na consumação deste século virão os anjos e separarão os maus dentre os justos (49). Os maus serão lançados na fornalha de fogo (50), onde haverá pranto e ranger de dentes (cf. v. 42). A lição das parábolas parece ser dupla. Ela é, em primeiro lugar, uma advertência
para que cada pessoa tenha a certeza de que está entre o trigo e os peixes bons no Reino, e não entre o joio e os peixes ruins. Em segundo lugar, ela é uma advertência para os líderes humanos, para não usurparem a prerrogativa divina de separar os justos dos ímpios. Só no dia do juízo esta tarefa poderá ser adequadamente executada.
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